Cuidado com o boneco
Bonecos inflacionados: mercados não querem charlatões.
O famoso “boneco”, em site, pode ser a diferença entre projetos sérios e outros que ainda utilizam a voz enfadonha da falsidade empresarial. “Boneco”, para quem não sabe, são imagens de “trabalhadores”, “funcionários” , “executivos” e afins, selecionadas de banco de imagens.
Nelas, essas pessoas aparecem em diversas funções que interessam ao negócio do site. Se for uma consultoria, ficam em torno da mesa, simulando uma reunião. Se for um site de uma construtora, com certeza estarão segurando algum projeto, ou dando marteladas, com capacetes limpos, caras de compenetrados. Se for um site da área da saúde, com certeza aparecerão médicos com máscaras cirúrgicas ou munidos com seus estetoscópios.
Certamente, todos esses “colaboradores” estarão bem barbeados, roupas impecáveis, artificialmente felizes, cabelos na última moda. Caso o site de sua empresa ou projeto tiver algo assim, tenho uma notícia para você. Este tipo de pastiche não engana mais ninguém, e é motivo de piada nas redes sociais. Algo que nos diverte muito.
Entretanto, é importante não confundir esses bonecos do qual estamos falando, com fotos de modelos de campanhas publicitárias, mesmo dentro de sites. Propaganda e projetos de internet são coisas distintas. Às vezes, você pode ter uma ação publicitária no site da empresa. Mas que isto fique absolutamente claro para o internauta. Uma publicidade é bonita pela criatividade na abordagem, e atores e modelos são parte disso.
No caso do “boneco”, não. Existe uma intenção implícita de engabelar o usuário, o cliente, o consumidor; e isto é feio em rede, muito feio. O Manifesto Cluetrain, que a CMM estuda e aplica na sua atuação é bem claro em sua tese 62: Os mercados não querem falar com charlatões; eles querem participar de conversas que se desenvolvem por detrás do firewall corporativo.
Os mercados somos nós.
Manoel Fernandes Neto, jornalista e diretor da CMM Interativa.